25 de outubro de 2017

Um mês complicado

Este mês não escrevi aqui. Não foi um mês complicado com trabalho e afazeres... foi um mês complicado para a minha saúde mental.

Como tinha escrito no post anterior, fiz a histerossalpingografia. Já me tinham dito que era doloroso, e eu li como era feito, por isso estava mais ou menos à espera. Só que não pensei que fosse assim. Não sei se eram nervos, o que sei foi que nunca gritei tanto. Eu tenho bastante tolerância à dor, e se calhar pensei que ia ser muito valente, mas não fui. O médico não me disse para eu tomar alguma coisa antes (como fez com a minha tia) e eu achei que não seria preciso. A minha mãe, que me foi acompanhar porque o S. não conseguiu sair do trabalho, trabalhou num local onde faziam este exame várias vezes por dia, e diz que me portei muito bem, principalmente para quem não tomou analgésicos... Ora, eu fiquei um pouco envergonhada com o meu comportamento, mas já passou.

Novidades... Acho que o que mais me tem custado neste processo todo é pensar que as coisas se estão a encaminhar, e de repente parece que dou um passo gigantesco para trás. Mal o médico começou a injectar o contraste, senti umas dores muito idênticas às do período, mas mais fortes, e ele percebeu de imediato o que poderia estar a acontecer. Continuámos o exame até ao fim. A notícia que trouxe de lá foi que tenho ambas as trompas obstruídas. Fiquei para morrer. Não estava à espera... primeiro os ovários, agora as trompas... Pela primeira vez saí do consultório e desatei a chorar no meio da rua, com a minha mãe a tentar acalmar-me.

Portanto, solução: Fertilização in vitro. Também não me ajudou muito a sentir-me mais animada. Ok, há solução, mas naquele consultório é cara. Sei o tamanho das listas de espera no público, e comecei a desanimar. Na semana seguinte estive de férias, e nunca tive umas férias em que me sentisse tão anímica. Bem queria não pensar no assunto, tentar divertir-me, mas não conseguia. De tempos a tempos lá estavam novamente os pensamentos que me traziam lágrimas aos olhos.

Claro que, felizmente, nem tudo são coisas más. Alguns familiares, que sabem da situação, ofereceram-se para nos ajudar, e vamos devolvendo o dinheiro consoante conseguirmos. Vi uma luz ao fundo do túnel, e fiquei mais animada de imediato; já me sentia outra, com energia renovada.

Fui à consulta na quinta-feira passada para os ensinos da medicação. Já tinha começado a tomar Provera para provocar a menstruação. O obstetra mandou-me ficar em casa. Ele sabe que no meu trabalho, para além de esforço físico que tenho tentado evitar, há stress (como em quase todos os trabalhos), há turnos rotativos (o que dá cabo do ciclo menstrual), e a alimentação é, na maioria das vezes, uma desgraça em termos de qualidade e também em horários. Então vim para casa com os seguintes objectivos: ter horários para dormir, mantendo um ciclo de sono regular; ter horários mais definidos para as refeições e ter uma alimentação mais saudável; andar mais calma e sem a correria do dia-a-dia; deixar de fumar. Tenho conseguido isto tudo, mas anda a custar-me estar em casa sem fazer nada, por isso ando a ler muito, a escrever bastante, a inventar na cozinha uma receita nova a cada dia, e irei arranjar forma de fazer capas para o meu telemóvel, que não tem nada à venda (é relativamente recente no mercado) e podem fazer-se coisas muito giras e totalmente personalizadas. E acho que irei rever o meu crochet :)

Hoje fiz a injecção de Elonva, e na próxima segunda-feira vou fazer análises de doseamento de progesterona e estrogénio, e vou à consulta. As restantes picas (Gonal-F e Cetrotide), devo começá-las nesse dia também. O período atrasou-se um bocadinho para aquilo que eu tinha pensado, mas agora está encaminhado.

Por agora, novidades são estas. Na próxima semana voltarei com mais para contar, desejando ter novidades boas para vocês.

2 comentários:

  1. Continuo a adorar o facto de te referires a "bebés" quando falas da gravidez 😍

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